Leitura e escrita sob um viés interdisciplinar
Ler é um conjunto de habilidades e comportamentos, é
decodificar silabas ou palavras evoluindo até a leitura de um texto, dentro de
um contexto. Escrever são habilidades e comportamentos, que vão desde escrever
o próprio nome até a evolução da escrita de uma monografia. Alfabetizar
pressupõe conhecimento reflexivo da escrita, para além da fala; exige, como já
aponta etimologicamente a palavra alfabetizar, o agrupamento de alfa e beta, as
duas primeiras letras gregas para o domínio do sistema da escrita. O sucesso da
alfabetização depende do dinamismo do contexto social, que é referenciado pelo
trabalho, ciência, participação popular e cultura. O indivíduo alfabetizado é o
sujeito que sabe ler e escrever. O indivíduo letrado, não só sabe ler e
escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, questionando as demandas sociais
de leitura e de escrita. “A condição de sujeito letrado se constrói nas
experiências culturais com práticas de leitura e escrita que os indivíduos têm
oportunidade de viver, mesmo antes de começar sua educação formal” (Morais e
Albuquerque, 2004). A escrita tem uma função social, que traz consigo a idéia
de representação. Alfabetizar é trabalhar a leitura e a escrita em suas
diferentes funções. Quando trabalhamos a leitura e a escrita de maneira
interdisciplinar, temos a oportunidade de introduzir o aluno no mundo da
produção da leitura e escrita em situação real de uso, há a veiculação de ideias
completas e a compreensão e o uso da mesma como ato interativo. Então, nessa
sequência de ações, o aluno tem oportunidade de participar, de pertencer, de
estar junto, de somar e de agir. Portanto, alfabetizar letrando é orientar o
ato de ler e de escrever no contexto das práticas sociais. Não é suficiente
ensinar o sistema de leitura e escrita ou a escrita correta das palavras, mas,
é preciso orientar os alunos a ler e a produzir textos, o que estabelece também
uma intervenção pedagógica ordenada. O ingresso no mundo da leitura e escrita é
viável através da assimilação do sistema alfabético (alfabetização) e do
desenvolvimento das capacidades de ler e produzir diversos gêneros textuais
(letramento).
A leitura significativa, feita de maneira interdisciplinar,
favorece a memória; o conhecimento sobre a própria leitura do mundo; o
conhecimento a respeito de como se escreve; a experiência das emoções. O aluno,
através do trabalho interdisciplinar, vivencia experiências para a vida pela
interação da linguagem falada e escrita, que não pode ficar restrita apenas a
alfabetização, pois é necessário conhecer aspectos distintos existentes entre
diferentes linguagens, sem o qual não se dá o efetivo exercício da cidadania.
Finalizando, a leitura e a escrita, é a ferramenta básica de
inserção no mundo, é o elemento articulador de diferentes linguagens, é o
instrumento para interação com diferentes áreas do saber, e é o meio de demonstração
do sentir e do pensar. Trabalhar a leitura e a escrita de maneira
interdisciplinar exercita a socialização, pois a livre expressão é responsável
por grandes mudanças sociais.
Ler é interagir
O ato de ler não se dá linearmente, como um processo contínuo, tranquilo e sem interrupções. Ao contrário. É uma operação mental complexa marcada por tensões, porque envolve ativamente a pessoa. "Ler não é fácil, exige esforço mental e físico. E, como tudo que dá trabalho, muitas vezes tendemos a abandonar", explica Heloísa Cerri Ramos, consultora de Língua Portuguesa. "Por isso, o esforço dos professores deve ser incansável." Quem lê está em contato com quem escreveu o texto, com as ideias de uma ou de várias pessoas. E recorre às próprias ideias para conferir o que conhece sobre um assunto, para criticar ou concordar com o autor. Portanto, a leitura só desperta interesse quando interage com o leitor, quando faz sentido e traz conceitos que se articulam com as informações que já se tem.
Na sala de aula
Uma atividade de
leitura deve ser bem planejada. O professor deve pesquisar textos e se
preocupar em:
• Ter um objetivo bem definido para desenvolver com os estudantes.
• Escolher textos à altura do repertório dos alunos para que o diálogo com a leitura seja produtivo, mas também outros de leitura complexa, que mediados pelo professor permitam tornar o diálogo possível.
• Ter um objetivo bem definido para desenvolver com os estudantes.
• Escolher textos à altura do repertório dos alunos para que o diálogo com a leitura seja produtivo, mas também outros de leitura complexa, que mediados pelo professor permitam tornar o diálogo possível.
• Ativar o
conhecimento prévio dos alunos, ensinando a fazer perguntas sobre o texto, para
aumentar as possibilidades de compreensão do texto.
• Fazer
hipóteses e previsões sobre o texto a ser lido. E ensinar a estabelecer
previsões, baseando-se no gênero, no título, no subtítulo, nas ilustrações etc.
• Favorecer a
participação do aluno por meio de perguntas e situações em que ele tenha de
fazer uso de estratégias que lhe facilitem a compreensão do texto.
• Articular
diferentes situações de leitura — silenciosa, coletiva, oral, individual e
compartilhada — e encontrar os textos mais adequados para alcançar os
objetivos.
• Estimular a turma
a sempre trocar idéias e discutir o que foi lido.
• Propor
trabalhos em que os alunos precisem ler para seguir instruções, revisar a
própria escrita, praticar a leitura em voz alta e memorizar.
Para entender o que se lê, é preciso:
• Conhecer a língua.
• Ter um objetivo.
• Ter experiências ou conhecimentos prévios sobre o assunto do texto.
• Ter um objetivo.
• Ter experiências ou conhecimentos prévios sobre o assunto do texto.
A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciar aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contras as desigualdades sociais e assume a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social. (Soares, 1995:73)
Nenhum comentário:
Postar um comentário