domingo, 14 de outubro de 2012

Relações Interpessoais: Afetividade na Relação Pedagógica


 Relações Interpessoais: Afetividade na Relação Pedagógica 



              Temos baseado a educação mais no controle do que no afeto, no autoritarismo do que na colaboração. “Talvez o significado mais marcante do nosso trabalho e de maior alcance futuro seja simplesmente nosso modo de ser e agir enquanto equipe. Criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os indivíduos são fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança e competentes para enfrentar os problemas” – tudo isto é inaudito na vida comum. Nossas escolas, nosso governo, nossos negócios estão permeados da visão de que nem o indivíduo nem o grupo são dignos de confiança.
            A afetividade é um componente básico do conhecimento e esta intimamente ligada ao sensorial e ao intuitivo. A afetividade se manifesta no clima de acolhimento, empatia, inclinação, desejo, gosto, paixão de ternura, da compreensão para consigo mesmo para com os outros e para com o objeto do conhecimento.
            A afetividade dinamiza as interações, as trocas, a busca e os resultados. Facilita a comunicação, toca os participantes, promove a união. O clima afetivo prende totalmente, envolve plenamente, multiplica as potencialidades do homem contemporâneo, pela relação tão forte como os meios de comunicação e pela solidão da cidade grande, e muito sensível as formas de comunicação que enfatizam os apelos emocionais e afetivos mais do que os racionais.
            ... Precisamos praticar a pedagogia da compreensão contra a pedagogia da intolerância, da rigidez, a do pensamento único da desvalorização dos menos inteligentes, dos fracos, problemáticos ou “perdedores”.
            Há uma série de obstáculos no caminho, a formação intelectual valoriza mais o conteúdo oral e textual, separando razão e emoção. O professor não costuma ter uma formação emocional efetiva. Por isso, tende a enxergar mais os erros do que os acertos.
            A falta de valorização profissional também interfere na auto estima. Se os professores não desenvolvem sua própria auto estima, se não se dão valor, se não se sentem bem como pessoas e profissionais, não poderão educar num contexto afetivo. Ninguém dá o que não tem. Por isso, é importante organizar atividades de sensibilização e técnicas de auto estima. Ações para que seja desenvolvida auto confiança e auto estima, que resultem em pessoas que tenham respeito por si mesmos e acreditem em si, que percebam que sintam, e aceitem o valor pessoal e o dos outros.
            Assim será mais fácil aprender e comunicar-se com os demais. Sem essa base de auto estima não estaremos inteiros plenos para interagir, nos digladiaremos como opostos, quando deveríamos ver-nos como parceiros.
                                                                                                                                                                                                      Edgar Morim.

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